(...)Talvez por levar tudo demasiado a peito, talvez por não saber distinguir o que é amar, talvez por achar que estou sempre errada mas nunca conseguir admitir perante a tua pessoa, talvez por isso eu não diga nada, na esperança que não seja necessário esboçar sequer um olhar quanto mais dizer uma palavra. Tenho medo do poder que tem cada palavra dita no momento critico, tenho medo que me olhes nos olhos e vejas que no fundo eu não sei mentir, não a ti, tenho medo que tudo o que se tenha passado seja apenas isso, um passado que apenas para mim tivesse tido importância e que apenas na minha cabeça não tivesse ficado resolvido.(...)Eu chorei e choro todos os dias, quando deito a cabeça na minha almofada e todas as incertezas se tornam certezas, quando tudo o que sinto me sufoca e eu não sei mais se consigo continuar a mentir(me), sinto-me frágil, a paciência começa a esgotar-se e eu não sei mais o que fazer. Não quero mais fazer-me de vitima, não quero mais imaginar histórias com finais felizes, não preciso mais ficar confusa.  
E aqui estamos nós, cara a cara, enfrentando todos os perigos do olhar (...) na minha cara corre as lágrimas causadas pela (des)ilusão de um amor quase perfeito, de um amor que na minha opinião nunca chegou a ser isso, que a meu ver nunca chegou sequer aos calcanhar de um amor e que nunca conseguiria ser perfeito. Eu não consegui, dizer nem mostrar tudo o que sentia com medo do que tu poderias sentir, eu nunca consegui sequer perceber ao certo o que sentia.
E de repente meu mundo eras tu, minha vida eras tu, meu respirar eras tu e meu corpo necessitava de ti. De um jeito meio torto, de uma forma quase que obcecada e descontrolada eu só conseguia ver-te, por mais que eu tente, tua imagem não sai da minha mente. Teu cheiro esta entranhado no meu olfato, teu toque ficou marcado no meu corpo.(...)Tudo começo numa brincadeira, num jogo de ''esconde esconde'', e agora tá tudo demasiado real, tudo demasiado forte e eu não sei mais brincar, eu não consigo mais esconder.